quarta-feira, 7 de abril de 2010

A transitoriedade nossa de cada dia

Recebi um email recentemente. É de uma moça chamada Lou, que mora em Porto Velho, RO, e tem um blog muito legal. Ela fala de várias coisas em sua mensagem, mas gostaria me ater somente a um ponto. Ela não precisa ficar triste, pois voltarei a seus questionamentos em breve.

Depois de relatar as dificuldades por que passou (e passa) nos imóveis que alugou, ela termina, em tom de desabafo:

Além do mais, aqui está enterrado o meu gato, aqui eu plantei um monte de coisa. Nada disso fica pra mim, porque a casa não é minha.
Isso de morar na casa de um estranho, ter que despender um dinheiro que não ver nunca mais, e ainda não poder levar muitas das coisas pelas quais você passou nela - lembranças, melhorias, etc - é muito desolador.

Como lidar com isso?

Bem, pouco se pode fazer com as plantas que foram semeadas e com as memórias dos entes queridos. Por outro lado, não acho que se deva não cultivar um jardim. Afinal, muito da alegria e da beleza de um jardim tem a ver com sua efemeridade. Ficamos felizes com as mudanças que podemos acompanhar. Mudanças que ocorrem com as estações, com os diferentes tipos de cuidados que temos com ele, etc. Quanto às memórias, teremos que nos contentar com nossos neurônios e com os neurônios das câmeras. Ou seja, a transitoriedade não é em si uma fato ruim.

Agora, com as benfeitorias, há que se pensar bastante a respeito. Normalmente, os proprietários não estão interessados em autorizar mudanças, as imobiliárias não estão interessadas em intermediar o processo e, caso você gaste dinheiro de seu próprio bolso, estará, na melhor das hipóteses, investindo em algo que não é seu.

Pessoalmente, caso você tenha escolha, sugiro que as benfeitorias sejam pequenas. Invista naquilo que você poderá levar consigo quando sair: estantes, prateleiras, quadros, cortinas, esse tipo de coisa. Aliás, o melhor investimento que você poderá fazer é ter uma bela caixa de ferramentas e a indispensável furadeira, esse símbolo maior da bricolagem!


A Porsche das furadeiras!

Um comentário:

  1. Oi!
    Parabéns pela ideia do blog! Muito útil!
    Tenho uma dúvida: meu contrato de aluguel vence em julho e vai ter proposta de aumento. Tem algum critério para aumentar, algum limite? Ou o proprietário/imobiliária pode propor qualquer valor?
    E para entregar o imóvel, quais as obrigações do inquilino - pintar, reformar, consertar?
    Valeu!

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